quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Nasa Divulga Análise Sobre Temperatura na Terra


Entidade registra o aumento de temperaturas em 2010 mesmo sendo um ano de pouca atividade solar e sob o efeito da La Niña e desmente teorias que afirmavam que o aquecimento global estaria desacelerando desde 1998.

O Instituto Goddard para Estudos Espaciais da NASA (GISS) analisou dados de 6300 estações meteorológicas, informações de satélites e de centros de pesquisa na Antártica e chegou a uma conclusão: não há dúvidas de que o planeta está aquecendo.

Segundo a entidade, a temperatura global média subiu 0,8°C desde 1880, sendo que dois terços desse aquecimento se deram depois de 1975. “O mundo está ficando mais quente. Não sabemos se por ação humana ou natural, mas termômetros não mentem e garantem que a temperatura vem subindo constantemente desde o começo da Revolução Industrial”, afirma o site da NASA.

A análise é acompanhada pelo relatório "Global surface temperature change", publicado no periódico Reviews of Geophysics e de autoria dos pesquisadores James Hansen, Reto Ruedy, Makiko Sato, e Ken Lo.

Para os cientistas, os dados registrados em 2010 são especialmente significantes porque o ano foi marcado por uma pequena atividade solar e pela ação do fenômeno La Niña, fatores que deveriam fazer as temperaturas médias do planeta serem mais amenas. Mas ao invés disso, os termômetros registraram até agora um dos anos mais quentes da história. Muito provavelmente, 2010 vai figurar entre os cinco anos com a maior temperatura média já registrada.

No relatório, os autores ainda rebatem as teorias de que o aquecimento global teria parado em 1998 e que desde então ele estaria cada vez menor.

“Nós concluímos que não há sinal de que a tendência do aumento de 0,15°C a 0,20°C por década tenha diminuído. A idéia de que a temperatura global está estável desde 1998 não encontra fundamento nas nossas análises”, afirmam os pesquisadores.

Amazônia

A NASA divulgou também novas fotos da Amazônia, que atravessa a pior seca já registrada. As imagens, capturadas no dia 10 de dezembro, mostram o Rio Negro em seu nível mais baixo, 13,63 metros em Manaus.

Combinando infravermelho e luz visível, a NASA tentou salientar a presença da água. O Rio Negro está significantemente menor em 2010 que em 2008, sendo que muitos dos canais que existiam há dois anos não são mais visíveis.

A seca de 2010 está acontecendo apenas cinco anos depois da seca de 2005, que na época foi chamada de a “seca que ocorre uma vez a cada 100 anos”.

Já o recorde de nível mais baixo do Negro ocorre apenas 16 meses depois do recorde de nível mais alto, 29,77 metros em Manaus. Essa variação é comum na região amazônica, mas não com essa intensidade.

A seca está sendo responsabilizada pelo aumento dos focos de queimadas e pela maior degradação florestal nas últimas semanas.